A importância da narrativa nos games – NERD BR

Durante sua campanha, um game tem como objetivo inserir o jogador em seu universo, apresentando personagens e locações que farão parte da aventura. Por algumas horas, temos a chance de explorar cada centímetro de um novo mundo, conhecer seus mistérios, descobrir as motivações  do nosso personagem principal e quem são seus inimigos.
Claro que isso é o que esperamos ao apertar a opção “Novo Jogo”, uma aventura que faça valer a pena o investimento daquele jogo em questão. Mas e quando tudo isso não é contado de maneira satisfatória e prejudica a jogatina?

Mais importante que a história em si, é a maneira como ela é entregue ao jogador. Uma narrativa ruim pode prejudicar o entendimento do que está acontecendo, ou até deixar a campanha desinteressante.

Há alguns dias em minha coluna, postei que não estava muito interessado em finalizar Final Fantasy XV, mas, recentemente, resolvi parar de procrastinar e meter a cara na história, e devo dizer que não é de todo mal. Por mais genérica que seja a jornada de Noctis, o conteúdo apresentado é o suficiente para atrair o jogador, porém, a maneira que a Square Enix nos entregou tudo isso, não foi nem um pouco assertiva.


Para começar, dividiu a trama em diversas mídias. Isso não seria algo ruim se momentos importantíssimos para o entendimento da história in game não estivessem espalhados pelos animes e o filme. Como já tinha comentado, expandir a franquia é algo positivo, porém fragmentar informação prejudica a experiência de quem joga.
O mundo gigantesco que temos para explorar não é o suficiente para manter totalmente a atenção do gamer, se ele não consegue compreender 100% do que está acontecendo.

Ao desenvolver o game, a equipe responsável precisa pensar que existirão jogadores que estarão interessados apenas no jogo em questão e não em procurar informações essenciais da história em outras mídias, gerando frustração no momento em que se depararem com as lacunas da narrativa. The Witcher 3, por exemplo, conseguiu entregar um mundo igualmente grande, porém, uma história de fácil compreensão e imersão, sem precisar de nenhuma artimanha além do que é apresentado na própria campanha, tornando-se um dos RPG’s de maior sucesso dos últimos tempos, já que serviu como uma porta de entrada para pessoas que se aventurariam pela primeira vez no gênero.


Para que uma história seja bem contada, às vezes não precisamos de muito. Vamos pensar bem lá atrás, na época do NES, onde tínhamos os primeiros jogos de Megaman e Castlevania. Nós não precisávamos de cutscenes ou longos textos explicando quem éramos, ou o que estávamos fazendo. Bastava uma pequena introdução, e pronto. Nós sabíamos que caçávamos Drácula, ou que aqueles 8 robôs eram nossos inimigos e tínhamos que derrotá-los para salvar o mundo.

Uma campanha bem estruturada necessita que informações-chave sobre quem estamos controlando (onde estamos, contra quem estamos lutando, etc.) sejam de fácil acesso, independente da maneira que ela é entregue ao jogador. Mais importante do que a história ser complexa, ou simples, é que ela seja contada de maneira acessível e coerente para que a experiência não seja desperdiçada por conta de uma narrativa ruim.
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