Anima Gate of Memories é uma jóia escondida. – NERD BR

Anima Gate of Memories


Se existe algo que sinto falta no meu Xbox One, é um bom JRPG. Infelizmente as empresas japonesas acabam evitando lançar alguns ótimos jogos para os consoles da Microsoft por questões comerciais e culturais, nos deixando um pouco na mão com o gênero.
Para a nossa sorte nos últimos anos, várias empresas ocidentais vem lançando excelentes RPGs que vem conseguindo confrontar o trono oriental nesse ramo. Títulos como The Witcher 3, Dragon Age: Inquisition e Dark Souls III vem provando que não são só os japoneses que conseguem criar uma experiência imersiva e rica quando se tratam de RPGs, com personagens interessantes e aquela jogabilidade desafiadora que exige muito do jogador.


Pois bem, depois de todo esse blá blá blá, não seria surpresa nenhuma se eu começasse a falar de algum novo RPG Triple A lançado por uma empresa conhecida ou coisa do tipo, certo?
Errado, hoje vamos falar de um excelente RPG indie lançado no mês passado, produzido por uma pequena empresa na Espanha composta por três pessoas: Anima Gate of Memories.


Anima Gate of Memories foi financiado pelo Kickstarter em 2014 e é baseado no universo de Anima Beyond Fantasy, um popular RPG de mesa que não deu as caras aqui pelo Brasil.
O game foi lançado no dia 3 de junho pelo honesto valor de 39 reais, porém, pouco se ouviu falar. Na verdade, fiquei sabendo bem por acaso da existência do jogo por conta da própria loja do Xbox.

A história do jogo gira em torno de dois personagens jogáveis: The Bearer of Calamities, uma jovem que luta pela ordem de Nathaniel como uma caçadora de pesadelos, e Ergo Mundus, um demônio canastrão que está preso dentro de um livro. Os personagens estão interligados por um pacto no qual a protagonista perde seu nome e passa a ser capaz de controlar os poderes da criatura presa no livro.

Muita ação em mundo aberto
O game tem o combate em tempo real com cada personagem contando com sua própria árvore de habilidades e a clássica progressão por nível. O gameplay nesse departamento não deixa a desejar, pois é rápido e divertido.
Além das habilidades, é possível customizar os botões de ação e os equipamentos de cada personagem, trazendo maior variedade.
A história do game se passa dentro de uma torre composta por memórias e cada uma delas cria uma área diferente. Então se prepare para explorar uma boa variedade de cenários, pois o mapa é enorme. É necessário procurar por diferentes itens e segredos e lutar contra inimigos que são exclusivos para cada locação. Falando em segredos, serão necessárias várias horas caçando cada um deles: cada área está repleta de surpresas escondidas, e às vezes a mínima interação com o ambiente ou uma conversa com um NPC pode mudar o rumo do jogo.
Infelizmente um dos pontos negativos do game fica por conta de um dos momentos de diversidade que ele apresenta. As sequências de plataforma são mal executadas graças a algumas decisões na física do pulo dos personagens. O pulo de uma plataforma a outra pode ser bem difícil, já que os protagonistas pulam uns 2 metros de altura (4 se contarmos o pulo duplo), sendo difícil prever a aterrissagem.
Uma característica marcante do game é o fato de você poder explorar quase todo o mapa desde o início da aventura. Caso seu nível esteja muito baixo para um inimigo ou área, você pode se preparar melhor e voltar mais tarde para concluir sua meta. Essa adição ao jogo lembra muito a franquia Castlevania, porém, essa não é a única semelhança entre os games. Em certos momentos, a câmera se posiciona lateralmente e se torna algo próximo aos side-scrollers da Konami. E não acaba por aí! O estilo de arte, locações, personagens e a atmosfera de Anima, são discutivelmente baseados nesses clássicos (gosto de pensar que esse é o melhor Castlevania 3D que joguei, mesmo não fazendo parte da série).

Simples, mas bonito

O estilo de arte de Anima é interessante: Os cenários são feitos em 3D, com construções bem detalhadas e boa profundidade, enquanto os personagens são inteiramente em Cel shading, com traços que lembram muito jogos orientais, os personagens parecem ter saído de um mangá. Apesar de ser uma combinação bacana, visualmente o game pode parecer algo que poderia ser lançado no início da era Xbox 360 para alguns, mas, para quem gosta de um estilo mais cartunesco, é um prato cheio.
O setting medieval/gótico casa bem com o tipo de arte, porém, em algumas áreas mais escuras, é um tanto difícil seguir a ação do que está acontecendo em volta do personagem, pois a visibilidade é bem reduzida.
Outro problema da parte visual é o design dos inimigos, que em sua maioria são grandes modelos 3D brancos ou pretos pouco interessantes, o contrário dos personagens principais, bosses e NPC’s que são bem coloridos.

Um Indie de qualidade
Anima Gate of Memories é mais uma prova de que precisamos dar maior atenção aos jogos indie. Com pouco mais de cem mil dólares em sua campanha de Kickstarter, produzido por uma equipe de três pessoas e dublado em sua maioria por esse pessoal, o game deixa claro que não são necessários milhões de dólares e empresas renomadas para se entregar uma experiência rica e divertida, suprindo um pouco a falta de RPGs do console da Microsoft.

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