será o fim do papel? «

Google, The Internet Archive, Amazon, Microsoft, Yahoo!, gigantes da internet, estão empenhados em digitalizar acervos e livros, com o objetivo de transformar a web em uma nova Biblioteca de Alexandria.


Embora estes gigantes estejam competindo entre si para ver quem tem maior capacidade de digitalização de livros, várias questões foram levantadas pelo The Economist.com: como as pessoas irão ler livros no futuro? Será que a tecnologia vai derrubar as fronteiras existentes com as outras mídias, assim como aconteceu com os álbuns de música? Os hábitos de leitura se modificarão? O que acontecerá quando os livros estiverem hiperlinkados? E a última questão: o que é um livro, afinal?

Livros eletrônicos já existem, porém querer fazer uma analogia entre o que os tocadores de música digital fizeram com o CD não é possível ao falarmos de livros digitais.

Então, como as pessoas irão ler milhões de páginas digitalizadas? Algumas irão ler nas telas de seus computadores, outras irão utilizar como “degustação” para então comprar os livros em livrarias e um terceiro grupo irá utilizar algum aparelho específico.

As maiores mudanças, segundo The Economist.com, serão referentes ao que representa o livro: a exemplo da música digital e dos vídeos no YouTube, poderá ser compartilhado com a rede social online dos internautas-leitores.

A Wikipedia é um exemplo de livro colaborativo, gratuito e online que acabou por roubar as vendas das similares
em papel. Livros que as pessoas não precisam ler na íntegra ou que requerem atualizações tendem a migrar para o formato online.Os livros de não-ficção também irão beneficiar-se por outra mudança advinda da digitalização: como as páginas web, os livros digitais podem ter links internos e externos, o que acabará por apontar para frases ou palavras dentro dos mesmos ou de outros livros. Notas de rodapé, citações e bibliografias deverão ser links vivos, isto é, automaticamente remissivos para outros livros ou frases citadas.Imaginem a evolução em termos de pesquisa, fonte e consulta que teremos, sobretudo no ambiente acadêmico!E os livros de ficcão? Será que se tornarão RPGs? Isso porque ao caírem na rede poderão ter links e intertextualidades e deixarem de fazer parte de apenas um enredo para se tornarem personagens, situações e contextos independentes. E como ficam os direitos autorais?

Muitas histórias, no entanto, vão de acordo com a matéria, ter seu meio perfeito no próprio papel, uma vez que as interrupções da rede (links, por exemplo) não serão bem aceitas. Por outro lado, outros tipos, como pequenas histórias, contos e poemas poderão se valer dos benefícios das novas mídias. Imagine um fã de poesia recebendo sua “dose diária” pelo celular, por e-mail ou até mesmo por podcast? Neste ponto, remontamos a um post recentemente escrito por mim sobre o “retrocesso” da comunicação digital para a comunicação oral. Leia aqui: a volta às origens é improvável? 

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